domingo, 1 de novembro de 2009

KODA 1º capítulo

Era um dia normal na imobiliária recém aberta.
Mudamos para uma rua inclinada, pra não dizer ladeira; apenas um carro ou outro passa calando o canto dos pássaros. Muito verde e flores.
As casas ao redor são bonitas e em quase todas elas tem cães de diversas raças.
Aos poucos fomos conhecendo cada um passando pelos portões.
Na rua ainda tem os vira-latas que andam livres causando inveja nos que moram pra dentro dos quintais. Uma provocação só!
Uma das vizinhas que passeia sempre com seu cachorro por ali, assim como dezenas de moradores, avisou a Ellen corretora da imobiliária que havia um pequenino SRD (sem raça definida) perdido. Pediu a ela que encontrasse um lar para ele, pois, não teria condições de cuidá-lo. Já tinha os dela.
O pequeno estava perdido, faminto e ficou alegre pelos mimos ali recebidos.
Alex o dono da imobiliária vinha chegando quando viu a Ellen com o pequenino no colo.
Já chegou agradando, passando a mão na cabeça dele enquanto ouvia a história do abandono. Não preciso falar o que se seguiu depois não é? Amor à primeira vista! Alex ficou com o SRD filhotinho, pequenininho, loirinho, sem rabinho e com as orelhas em pé. Parecido com o ursinho do desenho animado da tv que tem as orelhas peludas e erguidas...Recebeu o mesmo nome dele. Koda.
Foi uma agitação! Cobertor apareceu, lata de água, ração...Mimos, carinho... Koda tomou conta da imobiliária. Assim como um bebê quando chega na casa da gente. Tudo vira de ponta cabeça! Como todo bom filhote, mordia, brincava e sujava. Só parava quando exausto, pra descansar um pouquinho,mas,as orelhas sempre em pé.
As paradinhas em suas corridas eram breves, num instante as orelhas já erguiam atentas a tudo que poderia fazer, a qualquer oportunidade de brincar mais ainda. Os dias correndo e a gente atrás dele pela casa. Um mutirão era feito logo pela manhã para limpar tudo.
Com pena por deixá-lo sozinho à noite, o Alex deixava ele solto lá dentro e com a luz da cozinha acesa. Ah, não tenha dúvidas, como um pintinho na engorda, comia a noite toda. Quando acabava a ração ia comendo telefone, papéis, canetas... Tudo que encontrava.
O prejuízo e a bagunça já apareciam visivelmente. Seu olhar era caramelo e parecia maquiado de Kajal em toda volta como de um indiano. Olhar interessado a qualquer novidade, a qualquer simples sacolinha que trazíamos. Tudo era dele, assim julgava. Inclusive nós.
Apareceram bolinhas, brinquedos, ossinhos e tropeçávamos em tudo.
Os varais cheios de panos, balde, desinfetante...Nada chegava. Para o Koda tudo era pouco! Comia as bacias de ração, pote de água,arrastava os panos, mordia nossos pés, rasgava nossa roupas, sapatos e atendíamos os clientes ao telefone puxando a perna da boca dele, éramos literalmente arrastados. Não obedecia, fazia cara de " Estão falando comigo?"
Depois de um mês de toda essa confusão misturada na alegria de tê-lo conosco, aconteceu o inesperado. O dono verdadeiro apareceu. Reclamou que ele tinha fugido de casa. Tinha um dono.
Diante do olhar triste do Alex e meu, depois de nos deixar o endereço. Eu queria saber para onde iria levá-lo para saber se era verdade mesmo. Nos disse que seu nome era "Malandro" porque fugia sempre.
O rapaz colocou Koda no banco da moto e o levou. Ficamos olhando suas orelhas em pé ao vento subindo a ladeira e aos poucos sumindo da nossa visão.
Entramos na imobiliária mudos. O pessoal foi chegando e sentindo a falta do escândalo na entrada. Izana esposa do Alex já foi perguntando: Cadê o Koda? Começou a chorar. Depois a Daisy, mãe da Izana, Hellen...Com a resposta a tristeza foi chegando. Já fazia um mês que ele estava na imobiliária, era o nosso mal educado mascote, mas era também um bom filhote. Inconsoláveis evitamos falar no assunto. Cada um foi se guardando no silêncio e voltando ao trabalho sem o Koda em nossos pés e sem seus pulos desesperados.
O dia não foi o mesmo, até o sol desapareceu.
A noite seria longa. E a imagem dele no quintal olhando pra gente lá dentro. Como a observar se estava dando Ibope, ficou gravada na mente da saudade.
No coração uma dor, um amor puro, de graça que agora sem graça e sem consolo, chorava a falta daquele Malandro danado. Ladrão de sorrisos , gratidão sem palavras.


Elaine Barnes (Em breve 2º capítulo)

1/10/09

15 comentários:

  1. Ola, Elaine!

    Nossa estes cãezinhos tem o poder de nos fazer felizes, por tão pouco ele nos dão amor.
    Tomara que o dono verdadeiro tenha carinho por ele, e tome cuidado para não fugir mais.

    Beijos e uma noite iluminada

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  2. Olá Elaine.
    Essa história me faz lembrar de algo parecido que aconteceu na minha mãe quando eu morava lá.
    Só que no nosso caso era um gato. Esse gato era realmente um fujão, ele sempre ia para a cada da vizinha.
    Beijinhos...

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  3. Elaine,

    Que história linda...
    Impressionante como a gente se apega em tao pouco tempo.

    Beijos e tudo de bom!

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  4. há sempre um primeiro capítulo numa história qualquer.

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  5. Essas histórias são sempre lindas e emocionantes. beijois,tudo de bom,chica

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  6. Bom dia!!
    Vim conhecer seu blog, e desejar bom fds
    bjsss


    aguardo sua visita :)

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  7. Olá... Gostei muito do seu blog e já estou seguindo...
    Como nos apegamos a essas criaturinhas, não é??? Adoro animais!!!
    Quando tiver oportunidade visite o meu blog tb (http://fernandazucchi.blogspot.com)
    Bjs
    Fernanda

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  8. Tem pessoas que não gostam de bichos, não dá para entender...paz e sorte.

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  9. aaahhhhh.... que ruivinho mais fofo !!!!
    Queria ele por perto... pulando e fazendo festa !!!!

    Beijo no seu lindo coração Elaine

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  10. Em situaçlão assim sabe qual o melhor remédio? Arrumar outro logo.
    Cadinho RoCo

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  11. Já tive tantos cachorrinhos amiga.
    Mas cada mudança que fazia era obrigada a deixá-los prá traz. Por isso decidi que só os vou ter novamente qdo ficar raizes em algum canto
    São amor incondicional.
    bjos no coração. Amei o texto.

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  12. Oi, querida!!!
    Tem um selinho esperando por você no meu cantinho...Corra até lá e pegue-o...rsrsrs
    Bjs
    Fernanda

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  13. Oi,guria,rsrssr Agora fiquei com a pulga na orelha! Não sei se a Arlete que perguntas é a Arlete de Gaspar. Se for,ela não tem blog.Apenas publiquei alguns dos seus textos do Recanto nos meus. Me avisa...beijos,lindo dia,chica

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  14. Bem legal mesmo a proposta do seu blog, viu. Te seguirei, abs

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  15. Oi Querida

    Estou passando para divulgar a Primeira Promoção do meu blog.

    "Gostaria de presentear meus amigos, nessa Primeira Promoção do Blog Entretantas... Eu. Com dois "presentinhos" :

    1 - Uma Tela pintada a óleo 40 x 50 / feita por uma amiga particular. Que enfeitará sua casa.

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    Vá la e veja como participar.

    Beijos
    Mah

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